Ele
veio a mim e sorriu, me serviu e me alimentou, sobrevivi graças a ele, o príncipe
das trevas me deixou sem esperanças quando fingiu me dar esperanças. Eu morreria,
meu destino era um só, estava condenado, ele veio e me salvou, salvou? Tudo tem
um preço e ele cobra caro. Me lançou em meio suas criaturas, me fez uma delas,
me mostrou o quanto eu poderia ser mau, o quanto eu sou demoníaco.
Dia após dia vejo os olhos dos
desesperados pedindo por suas vidas, vejo os inocentes por quem me senti um
covarde, vejo os olhos dos desgraçados cujo não hesitei, demônios que saboreei o sangue e
entreguei a alma com prazer.
Outro dia vi aquele rosto ossudo
e carrancudo, certa vez me disseram que somos iguais, que nos metemos em confusão e sempre voltamos para resolver. Ele não devia estar aqui,
mas sei porquê está, conheço ele e seus amigos, já foram meus amigos e meus
inimigos, o sentimento que tenho se mistura em vingança e gratidão.
Também conheci a luz, a esperança com o cheiro de um perfume caro, vestida com uma elegância impecável e trabalhando com uma eficiência inigualável.
Também conheci a luz, a esperança com o cheiro de um perfume caro, vestida com uma elegância impecável e trabalhando com uma eficiência inigualável.
A morte salvou uma vida, não a
minha, a minha está perdida e longe de se salvar, mas a que importava, que
merecia, que pagou a dívida, essa foi salva. Que preço? A vida que eu poderia continuar
tendo.
Não posso dizer que vivo pior
agora do que antes, materialmente e espiritualmente estou muito melhor, o que
perdi? Apenas a liberdade e a consciência tranquila.
Quer saber o que prefiro?
Deveria ter pensado nisso há
muito tempo atrás, agora eu apenas tenho que fazer, simplesmente por falta de
opções.
Desde o dia da minha morte, o dia
que aceitei a ajuda de um sorriso tão caridoso, tão doce e suave, descobri que não vivo, apenas
sobrevivo, sempre sobrevivi e é isso que vou continuar fazendo.
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